quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Então e se? Genética



Vivemos numa altura em que os avanços da genética permitem identificar certos e determinados genes, responsáveis por certas e determinadas doenças, que certas e determinadas pessoas podem ou não determinadamente ter. (hum?)
Desde a imunização pré-natal de todo o tipo de doenças à criação do super-homem pré-fabricado em pasta de papel que se regenera e faz upload automático de fotos para o Instagram sem wireless, passando por escolher a cor dos olhos, cabelo, pele, sexo, potencial atlético dos bebes que passam a nascer numa linha de montagem em que os futuros pais escolhem a partir de um belíssimo catalogo patrocinado pelo IKEA, todos os traços do futuro rebento, (é certo que o bebé vem todo desmontado dentro de uma caixa mas não é preciso entrar em pânico; disponibilizam para o efeito dois parafusos, uma sandes de fiambre, uma chave sextavada, cinco minis e uma folha impressa frente e verso que diz passo a passo como montar a criatura. Como é obvio a natureza deixa de ser responsável pelas deficiências passando a culpa para a qualidade inferior da montagem por parte do progenitor) os avanços da genética parecem ter como limite a imaginação.
Sabendo que os avanços científicos avançam à medida que algumas entidades vão avançando umas verbas para que os investigadores avancem no trabalho que estão a fazer, avanço a seguinte questão, o que seria determinadamente determinante seria determinarem qual é o gene que determina que os humanos tenham de ter unhas dos pés. (outra vez esta porcaria da repetição?)
É que não há nada mais inútil que as unhas dos pés. Se não formos uma “menina da ribeira do Sado” que lavram na terra com as unhas dos pés, essas estruturas de queratina servem só para 2 coisas, romper meias e encravar (e quem já teve uma unha do pé encravada compreende a minha dor).
 As senhoras argumentariam que podem pintá-las para um efeito reflector da cor da cuequinha (era isso ou para ficarem com os pés lindos. Ver “podolatria”) mas facto é que se cortassem as pontas dos dedos até poupavam em verniz. (crise é crise)
 
As unhas das mãos até disfarçam, o mítico (quase místico) canivete Tuga (a resposta Lusa ao canivete Suíço) é o zénite da utilidade de uma unha. 
Apertar parafusos se for mecânico, cortar bifes se for cozinheiro, coçar o cú, o nariz e tirar coisas dos dentes (por esta ordem), dosear a “branca” se for um daqueles indivíduos que depila o peito, usa camisas com decote e dá mais saltos que o João Baião. Por todos estes motivos (e provavelmente mais 3 ou 4) o canivete Tuga foi determinante na determinação (só mais uma vez pode ser?) do Português como macho latino.

Hoje em dia, ter bigode é hipster e cheirar a cavalo é chique porque se tem aulas de hipismo.
Sem a unhaca não somos nada, nunca seremos nada, nunca poderemos querer ser nada, mas com a unhaca temos em nós todos os sonhos do mundo. (é facto conhecido que Pessoa cortava o ópio com um canivete Tuga)
 Voltando ao assunto premente, entrevistei um senhor que é primo de um vizinho de uma pessoa que estava no autocarro quando o proeminente investigador Acácio Lopes foi interpelado pelo revisor e, não tendo bilhete, ter sido convidado cordialmente a levantar as nalgas da merda cadeira e meter-se na puta da rua que isto de andar de autocarro () não é para todos e, como diria Rashid Yekini - balneário do Vitoria 1992, “não há banana, não há macaco”.
O que descobri após a entrevista é que, Acácio Lopes, o único geneticista no mundo e arredores, preocupado com esse flagelo que são as unhas dos pés, foi preso. Sim é verdade, esse canalha foi acusado de ter minado a mente de vários jovens com assuntos inúteis e que só fazem mal à cabeça das sementes do nosso potencial futuro com assuntos como (desculpem mas é ridículo, querem mesmo que os miúdos aprendam…?) ciência.
O que interessa é que os jovens saibam, não se a mamalhuda do reality show mamou ou não mamou nos peitos da cabritinha mas, muito mais importante, se afagou o pescoço da bichinha enquanto mamava e qual é a opinião dos estimados jurados sobre a capacidade de sucção da senhora e do tom do balido da cabra. (tristemente, Portugal votou para a cabra sair da “casa”. Felizmente, depois de gravar um vídeo musical semi-pornográfico foi contratada para sorrir e abanar a cabeça num programa da manhã. Ainda dizem que não há finais felizes)


Sem Acácio Lopes, o mundo da genética perdeu o rumo. Quem pode pensar em curar a SIDA, o cancro, o Alzheimer, até mesmo o prurido no escroto quando temos de viver mais um dia com unhas dos pés.

Se Almada Negreiros fosse vivo, o manifesto não seria Anti-Dantas mas sim Anti-Unha do pé.
MORRA A UNHA MORRA, PIM!
No próximo fascículo “Buracos negros – o cosmos e a prisão de Alcoentre no pós 25 de Abril”

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