Pois é rapaziada (e lindas meninas tambem) hoje o Kumekei está indignado e vai por a boca no trombone (ou qualquer outro instrumento de sopro excluindo a gaita de beiços e o fagote).
Ao que parece, e não tenho a certeza se é só aqui, com a subida de temperatura para climas de veraneio, as pediatrias dos hospitais entraram de férias. (Deixam lá uma estagiária maneta e uma efermeira tetraplegica que chegam bem para o serviço).
Isto porque? Porque o Kumekei teve uma epopeia ao nivel de um qualquer Homero para que conseguisse que tratassem do Kume Jr.
O crianço tem febre... o que se faz?
Liga-se para a saude 24 e eles reencaminham para o local respectivo e competente. (Neste caso foi o centro de saude).
Até aqui tudo bem.
Resposta do médico: "Como o menino só tem febre há 1 dia vai tomar este xarope para controlar e se a febre mantiver tem de voltar."
Mas o que é que isto tem a ver com a pediatria no hospital?
Ainda não cheguei lá. Tenham calma.
Dois dias depois a febre persistia e, nova chamada para a Saude 24 que nos reencaminham desta vez para o hospital. (Não só porque a febre já tinha 4 dias mas tambem porque o centro de saude aquela hora já estava fechado).
Chegádo as urgencias do hospital e aquando a inscrição a senhora diz "A criança não pode ser atendida aqui. Se tem febre tem de ir ao centro de atendimento á gripe que é no centro de saude". "Mas o centro de saude está fechado". Liga para a médica que lhe responde que está gente no centro, é só bater a porta.
A primeira conclusão que tiramos é que, sendo que 80% das visitas dos pais á urgencia pediátrica é porque o filho tem febre. Ora se agora febre é sinónimo de gripe (parece que não há mais motivos para se ter febre) a pediatria deixou de ter propósito de existir. (Só de for para meter um penso rápido no doi doi do bebé) A segunda é que vivemos num pais em que ninguem quer saber de nada. Nem da saude de uma criança.
Bom lá arranquei para o centro de saude com a certeza que o ia encontrar fechado e que ia arrancar os olhos da estúpida que me mandou para lá com uma colher ferrujenta que tinha sido usada para raspar as quilhas de um barco afundado há 30 anos ao largo de Sesimbra, e ao chegar, surpresa das surpresas, estava lá gente... a senhora da limpeza que me disse que o centro já estava fechado há 3 horas. (Muito obrigado á senhora mas isso já eu sabia).
Lá fomos novamente para a urgencia, eu já com o botão de cima da camisa desapertado e pronto para um festival cigano (só me faltava o resto da familia toda e o chapeu, mas se fosse preciso mobilizava os que lá estivessem para fazer de minha familia e ia buscar o chapeu a casa).
Ao chegar, sorte a dela, já não estava lá a mesma besta. Estava um senhor que se desfez em desculpas e que disse que realmente tinhamos de ir ao centro de atendimento á gripe mas que era ali no hospital.
Lá fomos e esperamos, esperámos, esperámos, quando nos fartámos de esperar esperámos mais um bocado e depois finalmente somos chamados. Ah e todo este tempo com as fantasticas mascaras para não contaminar a população (neste caso era mais para não sermos contaminados).
A médica manda fazer alguns exames e andamos pelo hospital de mascara a espalhar o panico.
O esgar de horror na cara das pessoas é sem preço. Comeram o que a comunicação social lhes serviu e gostaram. Não fazem ideia que esta estirpe de infuenza não é nova.
Em 1918 chamava-se Gripe Espanhola e matou 4000 pessoas mas como esteve de molho quase 100 anos já ninguem se lembrava.
Como a TV e os jornais disseram que era o fim do mundo em cuecas anda tudo histérico. Fantástico.
Bom depois de tantos exames e de tanto rir do horror alheio lá voltámos á medica (que tambem já não era a mesma, ainda dizem que há falta, ou tenho pontaria ou os turnos são de hora a hora).
Desta vez era uma médica que á falta de um termo melhor é uma besta da mitologia Maori que tem a cabeça enfiada tão fundo dentro do seu próprio cú que não vê a luz há 17 anos.
Olha para os exames e diz "O seu filho não tem gripe. Porque é que veio para aqui?". Nesta altura tive um daqueles flashes em que ficamos a ver tudo vermelho e mentalmente dei-lhe um pontapé na cabeça que a deixei virada para o lado oposto (assim na onda da Merril Streep no "A morte fica-vos tão bem" ou até mesmo da Reagan no "Exorcista"). Mas como já tinha o botão desapertado e estava pronto para a cowboiada simplesmente passei-me e disse "Mas tá a brincar ou quê? Vamos á pediatria e febre é igual a gripe. Mandam-nos para o centro de saude que já fechou á horas. Fazem-nos andar as voltas pelo hospital todo. E agora ainda tem a lata de me dizer que não é gripe." "QUE NÃO É GRIPE JÀ EU SABIA". E terminei com um conclusivo "Vai tratar do meu filho ou não sabe o que ele tem é dizer que é uma virose?" enquanto dei uma palmada na mesa e fiz aquele olhar de "uma queixa crime por negligencia é capaz de ser incomodo não?". (O Kumekei é lixado, upa, upa)
A cabeça dela entrou mais 4 centimetros no cú e lá disse que era uma infecção pulmonar. Depois esteve 15 minutos as voltas com o computador para conseguir imprimir a receita.
(Nota de rodapé: Em Portugal não vai para médico quem quer e tem realmente vocação. Vai quem os papás pagam o cursozinho e obrigam o menino a ser doutor. Depois andam a fazer fretes a brincar ao Dr. House. Diabo que os carregue! sempre quis dizer isto).
E hoje para ter a cereja no topo do bolo, li uma noticia sobre um homem que foi agredido brutalmente por 3 marmanjos (não sei porquê nem interessa para esta história o que interessa é o que vem a seguir).
Tentou ligar para o 112 duas vezes sem sucesso (a PJ encontrou as 2 tentativas no telemovel da vitima mas o INEM alega não as ter recebido) depois ligou para um taxi que lá o levou ao hospital.
Mesmo sendo vitima de agressão, teve de ir á triagem e recebeu a pulseira amarela (que é urgencia média, como quem diz, "tás mal mas aguenta ai que não morres").
Esteve várias horas á espera para ser atendido (digamos 3 ou 4) até que perdeu os sentidos e caiu da cadeira. (Ai finalmente se tornou urgencia).
Os médicos ficaram á rasca porque não conseguiam fazer nada e mandaram-no para Lisboa.
O médico em Lisboa disse que o homem tinha hemtomas cerebrais extensos e que não havia nada a fazer.
Faleceu no Sabado de manhã.
Agora as perguntas. Será que se fosse logo atendido teria sido salvo? Será que se o 112 funcionasse ainda estaria vivo?
Nunca saberemos. Mas é bom saber que a sistema está de "boa saude".
Numa nota adicional a esta história. É nestas alturas em que o psicopata que há em mim vem ao de cima e imagina um mundo mais cruel.
Se dependesse de mim, certos crimes mais violentos, não teriam a pena de morte. Isso é muito meiguinho para os meliantes. Morreu acabou.
Tambem não tinham a prisão perpétua em regime aberto. Isso é uma vida de clausura e até as freiras a fazem de livre e espontânea vontade.
Para mim a solução é a destruição total da pessoa fisica e mentalmente.
Prisão perpétua em solitária apenas a pão e agua e com regime de privação de sono e agressão psicológia até um estado de total demência induzida.
Isso sim é uma boa maneira de tratar essa gente.
De certeza que a criminalidade reduzia.
(Temos de ter em mente que esse tratamento de choque só poderia ser aplicado a um condenado com provas irrefutáveis, em caso de dúvida por minima que seja teriam de ser aplicados outros "tratamentos", não sou assim TÃO mau caraças).
Já que estou numa de CSI: Bela Vista vou só acrescentar que, embora tentem esconder e só tenha visto de relance, descobri a verdadeira identidade do homicida de Ermelo.
A imagem que vi foi de um senhor branco, com uma enorme barriga, camisa vermelho vivo e cabelo branco um pouco comprido. (A cara estava tapada)
Ora façam lá o retrato robot e digam lá se esta pessoa é ou não é o pai Natal?
Não tenho a certeza mas acho que vi uma rena vestida de reporter no plano de fundo.
Lamento crianças mas, a menos que os elfos tenham algum plano de fuga, este ano não há Natal.
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